Produtora Destaque

— Maria Inês de Jesus, de Alvorada.

O módulo 3F que vende ervas finas e flores comestíveis, temperos, condimentos e verduras frescas e vistosas é parada obrigatória para quem visita o Pavilhão dos Produtores, o nosso GNP. Atrás do balcão, uma senhora simpática chamada Maria Inês de Jesus, de Alvorada, segue o negócio familiar que iniciou com o pai quando a Ceasa ainda funcionava no bairro Praia Belas, no final da década de 1960.

Além do sorriso acolhedor, temporariamente escondido por uma máscara em razão da pandemia, Inês, como é conhecida, esbanja bom humor.

— Sou o “CCC” lá de casa — brinca a produtora, referindo-se ao trinômio Casa-Chácara-Ceasa para explicar a correria que virou a sua vida.

A empresa sentiu os efeitos causados pelo coronavírus, mas não esmoreceu. Segundo ela, a redução na venda de hortaliças e temperos para restaurantes e eventos — algo em torno de 99% do que é comercializado ali — não afetou sua vontade de trabalhar.

— Antes do coronavírus, vendíamos de 8 a 10 mil molhos por semana. Agora caiu para a faixa de 3 e 4 mil — afirmou.

No módulo da Inês, que frequenta a Ceasa há 21 anos, se encontra de tudo um pouco: de tomilho, rúcula e manjericão a hortelã, manjerona e cebolete ou cebolinha francesa. O aroma que sai daquelas caixas é o melhor possível, e as flores coloridas e comestíveis principal atração.

Inês desconversa, mas deixa escapar que logo irá passar o bastão para as filhas. Para a mais velha, disse:

— Tu tens mais dez anos de experiência para que eu possa me aposentar — ameaçou, em tom de brincadeira, porque ela e todo mundo sabe que uma paixão assim é mesmo difícil de largar.