Gilberto Pegorini, 59 anos
Há quase quatro décadas, ele faz o trajeto Caxias-Porto Alegre com sorriso de quem está começando. Apesar das dificuldades impostas pela pandemia neste ano e meio de perdas e aflições, o produtor Gilberto Pegorini, 59 anos, não se curva aos contratempos da vida. Acorda cedo, carrega o caminhão e vem comercializar as frutas que planta e acompanha a maturação com o olhar atento de agricultor. São maçãs Gala e Fuji, ameixas, peras, pêssegos e caquis cultivados na lavoura de 15 hectares arrendados na maior cidade da Serra gaúcha.
Desde 1983 é assim. Uma rotina lhe trouxe mais alegrias que desilusões. O trabalho na Ceasa, ao lado da esposa Maria de Fátima, propiciou formação superior para os dois filhos. Rafael, 26 anos, é agrônomo. Makeli, 22, estuda Medicina. Família, aliás, que é seu esteio nas horas de folga do frenesi do Pavilhão dos Produtores. Na “Pedra”, como é conhecido este pavilhão, Pegorini passa o tempo todo atendendo clientes e despachando caixas de frutas que são entregues por três carregadores.
— Com a pandemia, o movimento e as vendas caíram pela metade. Cheguei a vender mil caixas por semana. Hoje (2/9) consegui vender umas 400, mas a média tem sido 200 por dia. Tem de fazer preço, trabalhar com margem de lucro menor, se virar — ensina o produtor.
Ele, a mulher e os filhos trabalham juntos. Enquanto um funcionário cuida da lavoura, Gilberto, Maria, Rafael e Makeli colocam as frutas colhidas em câmaras frias. De lá ela são embaladas e colocadas na carroceria do caminhão que vem às segundas, terças e quintas-feiras para a Ceasa, lugar que se acostumou a gostar e agradecer.
— As amizades que a gente faz são o melhor daqui. A Ceasa é uma escola, aprende-se de tudo – ri o produtor, em meio às caixas de Galas e Fujis que atraem olhares de quem passa pelo módulo 33H.