Ceasa foi tema de mestrado na Espanha

A arquiteta gaúcha Maria Lourdes Seadi foi recebida nesta quinta-feira pelo presidente Ailton dos Santos Machado e pelo gerente operacional Paulo Antônio Regla. Ela veio agradecer a Ceasa por ter contribuído com informações e imagens para seu trabalho acadêmico, aprovado com louvor, na Universidade Politécnica de Valência, na Espanha. Maria Seadi concluiu o mestrado em Conservação do Patrimônio Arquitetônico.

Nesse trabalho, a arquiteta analisou as fachadas em arco e os tipos de abóbodas existentes nos prédios e foi além: apontou a necessidade de preservação do complexo de 420 mil metros quadrados inaugurado em 1974.

No resumo de sua tese, Maria Seadi afirma que a Ceasa “é um exemplo de arquitetura moderna que se destaca por seu cuidadoso planejamento do espaço e, principalmente, pela qualidade estética de suas estruturas de telhado, feitas em abóbadas (estrutura arquitetônica de cobertura curvada) e outras técnicas similares”.

— Quando eu era pequena, vinha com meus pais para comprar flores. Essa parte das abóbodas sempre me chamou a atenção — revelou.

As estruturas encantaram tanto Maria que, anos depois, já como arquiteta resolveu se aprofundar no estudo das curvas que modelam a construção dos pavilhões e adornam o pórtico de entrada e outros imóveis.

Ailton e Paulo parabenizaram Maria pelo excelente trabalho e disseram que a Ceasa está aberta para ajudá-la no que for preciso, caso queira prosseguir com seus estudos sobre o estilo arquitetônico do maior entreposto de hortifrutigranjeiros do Estado.

— É um orgulho para nós, da Ceasa, que o complexo tenha sido objeto de estudo de uma profissional de nosso Estado que obteve êxito no exterior. Mas a Ceasa precisa se modernizar e num futuro próximo terá de ser bem diferente do que é agora —, afirmou o presidente.

No dia 8 de março, a Ceasa completará 46 anos. O projeto original teve a colaboração de grandes profissionais. Além de Carlos Maximiliano Fayet (1930-2007) e Cláudio Luís Gomes de Araújo (1931-2016), duas referências na arquitetura do Rio Grande do Sul, Carlos Eduardo Dias Comas e José Américo Gaudenzi integraram a equipe que projetou e fez nascer esse conjunto de prédios entre 1970 e 1974. O engenheiro e arquiteto uruguaio Eladio Dieste, que criou a técnica denominada cerâmica armada, ajudou a calcular a estrutura e foi autor do projeto de cobertura dos prédios.

Carlos Fayet também foi autor de outras obras importantes no Estado: o Palácio da Justiça, o Auditório Araújo Vianna, a sede da Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), em Canoas, e a sede administrativa do Polo Petroquímico, em Triunfo, entre outros projetos.

Imagens do projeto original. Em uma das fotos estão os arquitetos gaúchos Carlos Maximiliano Fayet e Cláudio Luís Gomes de Araújo (de bigode).