A Ceasa vem recebendo sugestões de alteração do horário de funcionamento do Mercado em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19). Como foi amplamente divulgado, realizamos uma série de ações de prevenção e conscientização sobre os riscos da doença e adotamos a redução do horário de fechamento do Pavilhão de Produtores em uma hora e 30 minutos, nas segundas-feiras, e em duas horas, de terça a sexta-feira. O objetivo é que as pessoas permaneçam o menor tempo possível no interior do GNP.
É complicado fechar essa equação porque, enquanto precisamos preservar a saúde de todos, também é preciso garantir a comercialização de hortigranjeiros e o abastecimento da população, que necessita dos alimentos para fortalecer a imunidade. Pela Ceasa passam cerca de 50% do total de hortigranjeiros consumidos no Rio Grande do Sul.
Neste momento, são essas as medidas que podem ser adotadas. Estamos cientes da gravidade dos dias que correm, mas temos de agir com equilíbrio e responsabilidade. Por isso, não estamos medindo esforços para informar, prevenir e conscientizar as pessoas que trabalham e circulam neste complexo.
Intensificamos ações para reduzir os riscos de contágio seguindo os protocolos de saúde. Distribuímos álcool gel e aumentamos a frequência da limpeza nos banheiros, mas, infelizmente, há ocorrência frequente de vandalismo nos 32 conjuntos de sanitários masculinos e femininos.
O horário de funcionamento do Pavilhão dos Produtores está consolidado há 20 anos, atendendo perfeitamente às necessidades de todos. Alterar bruscamente esse horário poderá trazer desequilíbrio na livre concorrência, afetando com isso a lei da oferta e da procura que baliza a formação de preços ao consumidor.
Além de seguir as orientações governo do Estado e das secretarias da Saúde, da Agricultura mantemos contato diário com todas as centrais de abastecimento do país. Nenhuma delas modificou horários de abertura e fechamento dos seus pavilhões principais de comercialização de hortigranjeiros, considerando inclusive que duas Ceasas (São Paulo e Minas Gerais) têm pavilhões maiores que o da Ceasa de Porto Alegre.
Temos uma equipe técnica que faz análise criteriosa dos possíveis impactos que uma mudança radical causaria nas operações de compra e venda de alimentos com repercussão direta no abastecimento da população, mas continuamos abertos para receber sugestões, principalmente aquelas que envolvam a coletividade e não as que atendam demandas individuais ou interesse de pequenos grupos.
A Ceasa reitera que está preocupada com os riscos que esta epidemia causa para a saúde de todos. Infelizmente, a aglomeração de pessoas é inerente a nossa atividade. Por isso, trabalhamos para reduzir ao máximo a presença de todos no interior do GNP. Até este momento, não temos outra opção que não seja a de manter o Pavilhão dos Produtores aberto e funcionando com restrições.
Chegamos a avaliar a possibilidade de fechar o GNP e transferir todos para a área externa, mas aí estaríamos sujeitos ao clima, com a incidência de chuvas e exposição de alimentos sensíveis ao sol. Além disso, reduziríamos o estacionamento dos clientes, já que as áreas, no entorno do GNP, seriam ocupadas quase que integralmente pelos produtores e seus produtos.
Acreditamos que a comercialização de hortifrútis diretamente nos caminhões pode reduzir a ocupação do GNP. Por isso, autorizamos os produtores a vender os hortifrútis na área externa pelos próximos 30 dias. Contamos e pedimos, encarecidamente, adesão a essa alternativa.
Vivemos um momento que exige mudança de comportamento, responsabilidade e medidas de prevenção que devem ser adotadas por todos nós. São as únicas armas que temos para vencer esta guerra.