Volnei Witt, 53 anos, de Caxias do Sul
Duas vezes por semana, o agricultor Volnei Witt, 53 anos, enche a carroceria de dois caminhões com a produção de hortifrútis que cultiva em Santa Lúcia do Piaí, Caxias do Sul, para trazer até a Ceasa, em Porto Alegre, onde chegou pela primeira vez em 1989. A carga inclui frutas, legumes e verduras que totalizam cerca de dez toneladas de alimentos por mês.
Com dez hectares arrendados e outros três de sua propriedade, o permissionário lidera uma eficiente empresa familiar. Ele, a esposa e dois filhos são a força de trabalho que planta, colhe, embala e transporta os alimentos cultivados na lavoura: cenouras, tomates, beterrabas, brócolis, aipos, couves-flores, morangos, maçãs, entre outros. Em breve, serão acrescentadas novas variedades de frutas nesse mix.
— Plantamos de acordo com a época do ano até para diversificar a produção — explica o agricultor, que vive há 33 anos nesse vaivém entre a Serra e a Capital.
Quando iniciou na atividade, Volnei vinha de carona com o vizinho para o qual pagava o frete pelo uso do caminhão. As terças e quintas-feiras, dias de maior movimento na Ceasa, acomoda de 300 a 400 caixas de hortigranjeiros no interior dos veículos.
Nas horas de folga da lida no campo, o permissionário gosta de relaxar numa boa pescaria, além, é claro, de passear com a família e frequentar as festas no distrito serrano. De olho no futuro, Volnei informa que a rastreabilidade está em fase de implantação. O sistema consiste em adotar uma série de procedimentos que permite identificar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo de toda a cadeia produtiva.
Grato à Ceasa por tudo que conquistou com o suor do seu esforço e o de sua família, ele confessa que tentou trabalhar como empregado, na iniciativa privada, mas logo retornou para o ambiente que melhor conhece e domina. O produtor ocupa o módulo 45-E no GNP.
— Foi aqui que eu conquistei tudo até hoje — afirmou, referindo-se ao patrimônio alcançado e à formação educacional oferecida aos filhos.
Preocupado com o clima, que até amenizou na última semana, Volnei torce para que o começo do verão traga mais chuva e que o sol não seja tão intenso, em benefício de algumas culturas. Daqui a alguns anos, quando seus filhos assumirem seu posto na Ceasa, o agricultor poderá dedicar mais tempo a duas das coisas que mais gosta de fazer: pescar e jogar cartas. Volnei só não sabe quando o dia da “aposentadoria” chegará.
Abaixo, imagens do produtor na Ceasa e de sua lavoura.