Eva Augusta da Rocha Vieira, 74 anos
Como as tulipas — sua flor preferida —, que surgiram na Turquia e séculos depois se tornaram populares na Holanda no período das grandes navegações, a portuguesa Eva Augusta da Rocha Vieira, 74 anos, também fez sua travessia entre continentes. Deixou a Europa para trás e veio para a América do Sul. Passadas seis décadas da chegada de sua família ao Brasil, essa senhora de olhar sereno e sorriso discreto comanda a São Paulo Sul Flores, loja de longa tradição na Ceasa.
Eva tinha 13 anos quando cruzou o Atlântico com a família. Natural da cidade do Porto, a adolescente se despediu de sua cidade e de seu país em busca de uma vida melhor ao lado dos pais e irmãos no outro lado do oceano. Em 1959, se estabeleceram na capital gaúcha. E, a partir de sua chegada, tudo mudou.
Trabalhou em padaria e depois foi vender frutas e flores ao lado do marido, Wagner Moares Vieira, permissionário que chegou a ter quatro boxes no A4. Também foi proprietária de floricultura na Cidade Baixa e no Shopping Praia de Belas.
No auge, a São Paulo Sul Flores chegou a ter três carretas, que faziam duas viagens por semana a São Paulo, quatro caminhões e mais de 20 funcionários.
Com a morte de Wagner, em 2003, Evinha, como é conhecida, assumiu a empresa, imprimiu a sua marca e se adaptou à nova realidade desse segmento.
— Várias vezes acordei de madrugada para vir para a Ceasa. Fiz e tenho muitos amigos aqui. Antigamente era melhor porque não havia tanta concorrência e os supermercados não vendiam flores. Mas, hoje, temos outras formas de vender nossos produtos utilizando a visibilidade e o retorno das redes sociais — compara Evinha, que é auxiliada pela filha Adriana no ponto de vendas.
Na São Paulo Sul Flores os clientes encontram mais de 30 espécies de flores e uma quantidade incrível de folhagens para decoração de ambientes internos e externos, de casas a apartamentos, de recepção de prédios públicos e empresas a salão de festas e jardins.
— Nasci para ficar no balcão. Gosto de conversar com os clientes e ajudá-los naquilo que for possível — conclui a florista.