Sócio-proprietário da Frutas Vale do Caí, Fabiano Van Grol, 44 anos, representa a terceira geração da família nessa atividade. Waldomiro, seu avô, vendia frutas no Mercado Livre, inaugurado em 1939 no Cais do Porto, à beira do Guaíba, e considerado o primeiro lar dos hortifrutigranjeiros na Capital. Heleno, pai de Fabiano, seguiu os mesmo passos do antecessor, mas em outra freguesia. Vendia o fruto do seu trabalho na grande feira a céu aberto na Praia de Belas.
No começo da década de 1970, a empresa de São Sebastião do Caí transferiu parte do negócio para a Ceasa, no bairro Anchieta. Heleno chegou como produtor, mas logo virou atacadista. Aos 17 anos, Fabiano era o braço direito do pai nos boxes da empresa.
— Na época, o pai viajava e comprava frutas em São Paulo — recorda.
Hoje, aos 44 anos, Fabiano cuida do setor de compra e venda, provando que a fruta não cai mesmo longe do pé.
Aliás, de milhares deles. Do pomar com cerca de 20 mil pés saem laranjas (Valência e do Céu), bergamotas (Ponkan) e limões (Taiti) de ótima qualidade e em quantidade suficiente para encher 100 mil caixas por ano. Segundo Fabiano, organização e logística são partes fundamentais para o sucesso. Por isso, etapas como colheita, classificação e distribuição seguem controle rigoroso:
— As frutas ficam de 12 a 18 horas conosco, da entrada no depósito à entrega para o cliente — explica Fabiano.
A Frutas Vale do Caí, que ocupa os boxes 9 e 10 no Pavilhão D3, também vende abacates, mangas e uvas. Na entressafra, entre setembro e abril, essas frutas e outras delícias da família dos citros são adquiridas em outros estados (Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco) e países (Uruguai, Espanha).
Há quase meio século na Ceasa, a empresa cresceu e conquistou novos mercados sem descuidar de sua função social. Tem 62 funcionários, estrutura e produção para garantir o abastecimento dos clientes, em sua maioria pequenos mercados e grandes redes de supermercados no Estado. Sua frota é formada por 30 caminhões, sendo seis carretas. Cerca de 30% da venda de frutas — algo em torno de 600 mil quilos por mês — é realizada na Ceasa. O restante da operação concentra-se na outra parte da empresa que mantém suas raízes na cidade localizada às margens da RS 122 e distante 60 km de Porto Alegre.