Banco de Alimentos foi um dos destaques

O Banco de Alimentos da Ceasa, um dos pilares da atual gestão, também mereceu destaque. A supervisora Rosandrea Vargas fez um rápido histórico do programa social Prato Para Todos, de sua criação aos dias atuais, explicando os três eixos que o compõem: alimentação, educação e reinserção social. O Banco estoca os itens que são distribuídos pelo Prato Para Todos — o programa social da Ceasa laureado em 2004 e reconhecido novamente em 2017 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como um dos melhores programas de combate

Diretrizes da área técnica operacional

Já no final da manhã de sexta, o diretor técnico operacional, Paulo Regla, gerentes, gestores e encarregados de área revelaram aos participantes de outros Estados as iniciativas adotadas pela Ceasa em várias frentes. Uma das estratégias da administração é facilitar ao máximo o trabalho das empresas que escolhem a Ceasa para vender seus produtos. As parcerias são fundamentais para o desenvolvimento do mercado. Ronaldo Marquezotti, encarregado do Cadastro, passou números sobre produtores, empresas, carregadores e vendedores ambulantes com registros nesse setor. Por sua vez, Claiton Colvello, da Gerência Técnica, ressaltou o controle que sua área tem sobre todos os alimentos que ingressam pelas duas portarias da Ceasa, a Norte e a Sul.

 

Metodologia e ações do GT Alimento Seguro

No segundo painel desta sexta-feira, o Grupo de Trabalho Alimento Seguro, formado por representantes de vários órgãos e entidades, fez uma explanação sobre os métodos e as ações para controlar e estimular a redução dos índices de agrotóxicos nos hortifrutigranjeiros comercializados na Ceasa. O gerente técnico da Ceasa e coordenador do grupo, Claiton Colvello, discorreu sobre a composição do grupo e explicou a metodologia de trabalho, que se dá por meio de orientações e análises das amostras coletadas. A equipe técnica, auxiliada por servidores do laboratório NFS Bio-Ensaios, analisa o estado de frutas, legumes e verduras para saber se estão com excesso de resíduos de agrotóxicos e inviáveis para consumo.

Claiton e outros integrantes do grupo lembraram também da importância do Curso de Boas Práticas Agrícolas. As aulas, em parceria com a Emater-RS, capacitaram 2,2 mil produtores da Ceasa. A realização de seminários pelo interior do Estado também contribuiu para orientação e conscientização dos pequenos produtores rurais. A própria distribuição da cartilha da rastreabilidade tem essa função, serve de auxílio apara conectar o produtor com o futuro, garantindo a segurança para o consumidor e a expansão do mercado para aqueles que produzem. O Banco de Dados, por exemplo, é outra ferramenta utilizada para a elaboração de projetos específicos para os agricultores.

Já o engenheiro agrônomo e assistente técnico estadual de Olericultura da Emater-RS, Gervásio Paulus, afirmou que é preciso simplificar algumas ações para que o produtor possa compreender e se integrar aos esforços de todos para a implantação da rastreabilidade. “Em vez de falar em caderno do campo, falamos em folha do campo com o preenchimento de alguns dados mínimos para facilitar a vida do agricultor”, disse.

Marcos Botton, pesquisador da Embrapa, tratou de alguns mitos que se espalham via imprensa sobre os riscos causados pelo consumo de hortaliças e cobrou do Estado estrutura para dar apoio ao pequeno produtor.

 

Ailton e a linha do tempo na evolução da agricultura

Após a rápida manifestação do presidente da Conab, Newton Araújo Silva Júnior, que falou sobre a criação de um grupo com participação de representantes de todos os setores do Agronegócio para alavancar os mercados de abastecimento no país, com apoio de instituições financeiras como o BNDES, o presidente da Ceasa, Ailton dos Santos Machado, iniciou sua palestra.

Ailton abriu o segundo dia do Encontro Nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento falando sobre um assunto que domina porque foi produtor e é um estudioso do tema: a produção e distribuição de alimentos ao longo da história. Com o auxílio de slides, o presidente da Ceasa traçou uma linha do tempo para explicar a evolução da produção de hortifrutigranjeiros como fator primordial para a vida saudável e como elemento garantidor da paz entre os povos.

Lembrou dos reflexos das guerras para as sociedades, das consequências da fome, além de citar estudos da Organização Mundial da Saúde e da Anvisa. E salientou, mais uma vez, o que as agências de saúde preconizam mundo afora: consumir hortifrutigranjeiros é fundamental para a saúde de todos.

 

Mapa pode alterar INC da rastreabilidade

Pela primeira vez, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) admite a possibilidade de promover uma alteração na redação da Instrução Normativa Conjunta (INC) Nº 2 de 2018 que criou a rastreabilidade de produtos vegetais frescos. Segundo o coordenador geral da Qualidade Vegetal do Mapa, Hugo Caruso, o trecho que se refere à aplicação da rastreabilidade no transporte de cargas individuais (a granel) poderá ser reescrito para deixar esse item mais claro. De acordo com alguns produtores, a INC se refere somente ao transporte de melancias e abóboras nesta condição, ignorando uma série de outros hortifrutigranjeiros, sobretudo frutas e legumes, que são transportados sem embalagem e em grandes quantidades por produtores que temem se punidos por não saber como proceder nestes casos.

Hugo citou a ampliação do número de defensivos agrícolas
autorizados para uso nas lavouras e alertou para o uso inadequado de agrotóxicos. Reiterou, no entanto, que a rastreabilidade tem dois enfoques principais: segurança alimentar, que beneficia o consumidor que saberá toda a história e trajetória do alimento que está consumindo, e o mercado externo, que se abrirá para o produtor ao adotar um procedimento que agrega valor de mercado ao seu produto. Hugo disse também que a corresponsabilidade está prevista no Código do Consumidor, lembrando com isso que as Ceasas têm obrigação de orientar e cobrar a aplicação da INC por seus permissionários. Após a sua explanação, o representante do Mapa respondeu às principais dúvidas que geram apreensão e têm tirado o sono dos representantes da cadeia produtiva, sobretudo dos pequenos produtores rurais.

 

Turra deixa mensagem de otimismo

Com vasta experiência e amplo conhecimento do Agronegócio no Brasil e no mundo, o ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, deixou uma mensagem de otimismo em palestra proferida na manhã de hoje no Hotel De Ville durante o Encontro Nacional da Abracen/Brastece.

Auxiliado por gráficos com os volumes de produção e venda de grãos, hortifrútis e proteína animal no Brasil e em países produtores de outros continentes, Francisco Turra falou sobre a história da agricultura, da importância cada vez maior das Ceasas como grandes entrepostos de distribuição de alimentos e ressaltou que a rastreabilidade é um sistema sem volta.
“A necessidade de segurança alimentar justifica a rastreabilidade”, frisou Turra. Otimista, o ex-ministro da Agricultura afirmou que as expectativas são muito boas de expansão das exportações especialmente de soja, milho e proteína animal.
“O Brasil está fazendo o dever de casa e reconquistando mercados importantes”, concluiu.

 

O futuro do agronegócio e a rastreabilidade

Novos rumos para o desenvolvimento da agricultura e os pontos polêmicos da rastreabilidade de produtos vegetais frescos foram os grandes temas do primeiro dia do Encontro Nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) e da Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento (Brastece), realizado em Porto Alegre.

Anfitriã do evento, a Ceasa (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul), vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, recebeu na quinta-feira convidados de vários Estados brasileiros no Hotel De Ville. Com o auditório lotado, dirigentes e técnicos de grandes entrepostos do país, empresários e produtores rurais discutiram o futuro do agronegócio no Brasil e no mundo e a aplicação da Instrução Normativa Conjunta (INC) Nº 2 de 2018, que criou a rastreabilidade de produtos vegetais frescos.

O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, destacou a importância da rastreabilidade e da construção de uma saída para contemplar todos os lados, governo, entrepostos, produtores e atacadistas. Covatti também elogiou o trabalho social desenvolvido pela Ceasa, por meio do Banco de Alimentos e do programa Prato Para Todos, que distribuem hortifrutigranjeiros doados pelos permissionários para instituições assistenciais e para famílias de baixa renda, colocando de forma gratuita comida na mesa de milhares de gaúchos todos os meses.

O presidente da Ceasa-RS, Ailton dos Santos Machado, lembrou que este é o quarto encontro da Abracen/Brastece sediado na capital e citou os desafios que os mercados de abastecimento terão nos próximos anos. Já o presidente da Abracen e atual presidente da Ceasa-PE, Gustavo Melo, reiterou a preocupação de produtores e atacadistas com a fiscalização da rastreabilidade em hortifrutigranjeiros.

Newton Araújo Silva Júnior, presidente da Conab, elogiou os milhares de trabalhadores que madrugam para que os alimentos cheguem diariamente às mesas das famílias brasileiras. “As Ceasas são centros agroalimentares que catalisam a atenção do campo e da cidade”, disse Newton. Para Newton, as Ceasas são equipamentos estratégicos para a inserção da produção rural em todos os pontos do país, mas precisam ser modernizadas. Segundo o presidente da Conab, uma das saídas são as parcerias público-privadas.

O evento no Hotel De Ville, na zona norte da Capital, prosseguiu com as palestras do ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, e do coordenador geral da Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Hugo Caruso. À tarde, os participantes visitaram os pavilhões de produtores e os boxes das empresas atacadistas na Ceasa. Na sexta-feira, as atividades do Encontro Nacional da Abracen/Brastece serão realizadas integralmente na sede da Ceasa, na Avenida Fernando Ferrari, 1001, bairro Anchieta, em Porto Alegre.